“Os famosos e os duendes da morte. Com frases curtas, parágrafos idem, e um diálogo constante do jovem ainda no colégio com a pessoa morta em um suposto acidente em uma ponte sobre o Rio Taquari.
O romance fala sobre a vontade de ir embora. De fugir para o mundo que conhece apenas pelas notícias.
Fugir para o mundo é fugir de si mesmo: deixar de ser o garoto que imagina seu nome sujo por pequenos furtos. É se imaginar alguém diferente daquilo que os outros enxergam, como alguém que envelhecerá sozinho e cuidará, velho e gordo, da loja que pertenceu ao pai, também morto. É se ver em outra perspectiva, como tenta o garoto que não suporta a perda.
“Estar perto não é físico”, repete para si, uma tentativa de se convencer que dói menos as perdas recentes. Que doerá menos em que fica. (...)
Mas Ismael Caneppele consegue traduzir esse sentimento com economia de palavras, com frases incompletas. (...) Ismael também inclui a música em sua literatura, e ousa a ponto de incluir links de vídeos do YouTube, um convite à interrupção da leitura para entrar no universo do personagem – experimento de livro que virou filme, música e projeto fotográfico.
PS: Depois da leitura do livro, encarei as contracapas, como dito lá em cima. Descobri (perdoem a eventual alienação) que Os famosos virou filme, dirigido pelo Esmir Filho (que também assina o texto). Devidamente assistido, também recomendo a linda adaptação.”
Tássia Kastner
Jornalista, repórter de ZH
JORNADA LITERARIA
O lajeadense Ismael Caneppele estará nessa 2ªfeira participando da Jornada Literária de Passo Fundo, um dos eventos mais importantes do país. Participa do debate “Escrever a Cidade: Assunto, Limite, Condenação, Liberdade” ao lado dos autores gaúchos Flavio Ferrarini, Paulo Neves, Vítor Ramil e Edgar Vasques.
Um comentário:
Eh maravilhoso ver coisas boas sendo valorizadas. Assisti o filme, adorei, ele e tao real, pois os sotaques sao de minha infancia. Longa vida a sua obra Ismael.
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