sábado, 10 de março de 2012

CARTAS


“Eu sou de um tempo distante onde as pessoas se comunicavam por cartas. 
Funcionava assim: pegava-se o papel e armado de caneta ou de máquina de escrever íamos colocando as ideias para fora. 

Quando o assunto era mais íntimo pegava mal usar máquina de escrever. Afinal até a caligrafia era indicativo do estado emocional de quem escrevia. 

Paixão e máquina de escrever definitivamente não combinavam.”
 O médico Marcos Frank, cronista  de sábado do jornal O Informativo, escreve hoje sobre cartas. Um tema que  gosto muito. Tanto que foi tese de dissertação quando concluí a faculdade de jornalismo, na Unisinos.

Frank faz um link entre as musicas do Caetano Veloso com cartas fictícias de remetentes e destinatários: Fifa para o povo brasileiro, do PT para o Lula,  Sarney para Dilma, Laura para Carmen... Ahã....

Sampa

E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vende outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade

Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso...
...Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva

"Difícil precisar quanta poesia e quanta prosa surgiram nesse tempo das cartas, pois o longo processo de maturação até chegar ao correio dava tempo de reler e refletir sobre o que se escrevera. Tudo tão diferente de hoje onde se aperta um botão e lá se foi a mensagem.” – diz o escritor.

Um comentário:

JORGE LOEFFLER .'. disse...

Sujeito inteligente e observador.
Para ler e refletir.