sábado, 9 de junho de 2012

INTERROGAÇÕES DESACOMODAM


Gosto do Facebook não só para me comunicar com pessoas que há muito tempo não vejo, mas para conhecer os filhos dos amigos, trocar fotos de netos, de viagens, curtir quadrinhos bem bolados, sugestões de trilhas sonoras, e também para trocar idéias e ver o que estamos pensando nesses dias de tanta insensibilidade, consumismo e cada um por si e Ele por todos.

Postei as palavras do Russel e a partir daí, meus próprios pontos de interrogação sobre a cena que presenciei no feriado de Corpus Christi, quando acontecia a procissão de manhã e no maior frio.
 photo http://correiodobrasil.com.br/ deoli graff
“Tapete de cartazes, sacolas de roupas velhas p serem doadas, os fiéis, o padre Antonio, coroinhas, um frio de rachar.
Na escadaria da praça três homens negros, em silêncio, com pouca roupa e uma garrafa de cachaça.
A ironia: no microfone os fieis incentivados pelos cânticos... algo como ajude o próximo,
olhe para o lado, nada nos derrota...

Não resisti:
- O q vcs acham disso?
- Bonito... coisa dos católicos.
- Mas se a coisa fosse pra valer vocês estariam bem melhor do que estão, não é?
Eles ficaram quietos.
- Vcs acham q a coisa ta certa? – insisti.
Aí um deles me olhou e perguntou desconfiado:
- E que coisa a senhora tem na cabeça?

Quando a gente perde tudo, perde até o direito mais simples: protestar.”
photo by Rodrigo Martini/facebook

 Os comentários não tardaram. Entre tantos, pinço dois:

“...tu nao tens ideia do que a gente ve dentro dessas igrejas,e uma pena que nao se cumpre o que se prega.”

“Você perguntou quem eram estes homem?
Você perguntou pq eles estavam ali?
Pelo menos um deles já teve todas as oportunidade que a vida pode oferecer a uma pessoa. É ex-jogador de futebol, já teve família, bom salário e chegou ao ponto em que está. Só falta ele fazer a parte dele. Eu estive lá e vi a cena. Minha interpretação foi bem outra que a tua.”

Isso que é bom no feicibuki. Cada um com suas interrogações. Cada um com suas interpretações. 

Um comentário:

JORGE LOEFFLER .'. disse...

Pois é Laura, as pessoas hoje são insensíveis aos que os cercam. Esse que jogou futebol por não ter tido a oportunidade de receber uma educação sólida e não me refiro apenas à educação formal por certo deslumbrado com o dinheiro que ganhou acabou onde está. Quem te cobrou por certo é alguém insensível e voltado ao próprio umbigo. Gente assim esquece que afundar é fácil, mas o busilis da questão não está apenas em querer emergir e sim na necessidade de apoio. Gente assim recebeu uma educação muito limitada ou realmente é insensível. Para conhecer os ditos humanos necessário anos de convívio e ainda assim podem surpreender. Talvez por isto eu tenha fortes laços com aqueles que levaram os romanos a dar o nome de canárias àquele arquipélago. Oberva que tal denominação acabou sendo vítima na interpretação da língua latina e restou essa corruptela pela qual o arquipélago é conhecido.