sábado, 24 de outubro de 2009

ARQUIVO BORN: UMA RELÍQUIA...

Bruno Born, o homem que dá nome ao Hospital de Lajeado e a Casa de Cultura, foi prefeito de Lajeado por duas vezes: de 1951 a 1955 e de 1959 a 1963.

Na sua gestão construiu-se o canal do Arroio do Engenho; o muro de arrimo e a fixação do barranco do rio Taquari, além do belvedere em frente a Fabrica de Vinagre Prinz.

Apoiou financeiramente a construção do CTG e Piscina Bento Gonçalves, Saidan, Pavilhão da Fenal - hoje Imigrante - Clube Esportivo Lajeadense e mesmo uma Banda Municipal, mas essa não sobreviveu aos dias de hoje...

Calçou com paralelepípedos muitas dessas ruas que ainda assim se encontram por aí, dando ares de cidade para nossa colônia. Quem pode contar essas histórias?


Esquina da Pasqualini com Benjamim Constant e início da Tiradentes

Não só calçou como abriu outras tantas que vistoriava pessoalmente.

Por intermédio de Luiz Carlos Born, sobrinho e afilhado do ex-prefeito, conferi um arquivo excepcional de fotografias daquela época. Melhor, um acervo deslumbrante com imagens de família, de moda, de costumes na década de 30.
Registros que reconstituem a imagem do passado de Lajeado.

Rua identificada como provável Oscar Karnal...
Com muita visão, Bruno Born fotografou várias ruas, para conferir o antes

e o depois, como essa imagem da Fialho de Vargas.

Sabe quando você tem certeza de que tem em mãos a verdadeira e incontestável história de uma personalidade, de uma cidade, de toda uma época na frente dos olhos, ali nas mãos...
Essas imagens são nossas referências iconográficas e como disse certa vez o pintor Francis Bacon: “muitas vezes elas são detonadoras de idéias.” Pois é, logo pensei numa bela exposição, num calendário de luxo...

Bruno Born nasceu no dia 25 de outubro de 1903, em Cruzeiro do Sul, na época distrito de Lajeado. Filho de Julio Frederico Born e Emilia Maria Haesbart e irmão de Elsa Born Wiehe, Walter Born, Hilda Born Lemos e o temporão,




Werner Born que viveu uma incrível aventura, que por um instante lembrou o filme Diários de Motocicleta, de Walter Salles... Por que, não?

Mas, quem? Quem se interessa pelo passado nessa colônia?

Analisando as imagens, Luiz Carlos Born aponta os familiares que moravam no bairro Praia e que no dia 15 de Outubro de 1934 foram até a escadaria na beira do rio, onde existia uma maxambomba (*), para a despedida do deputado do PL, dr. Décio Martins Costa.





* Mecanismo de tração, operado sobre um ou dois trilhos, utilizado na época do Brasil colonial para assentar uma carga com segurança sobre a embarcação destinada para fazer o transporte fluvial de produtos agrícolas. (by Wikipédia)

São eles: meu avô paterno, Julio e minha avó Emília Maria e os filhos. Além deles devem estar o pai do Henrique Wiehe, que era alemão, primo e marido da tia Elsa, que veio para cá depois da 1ª guerra, se não me engano, seu nome era Ernesto (Ernst) Wiehe, e foi um dos fundadores da Fundição Trentini, depois Zen, que havia lá na rua da praia ao lado do Prinz.

Também pode estar Herberto Lemos, portoalegrense casado com a tia Hilda. Tia Erna Müssnich Born, filha do coronel Nicolau Müssnich, fundador da Polar em Estrela. Tia Olga Neumann Born, santacruzense, casada com o tio Bruno e que morava defronte à Imec, ao lado do cemitério protestante, na Vila Olga.
Acho que todos eram protestantes, exceto o tio Herberto, que talvez tenha se convertido para se casar, e a minha mãe, cujo pai, Augusto Jaeger Fº não era católico, mas casou na igreja católica por causa da minha avó materna Lalisa Machado Jaeger, de Montenegro.
Isso era um pouco complicado naquela época.”

Não, pensei, complicado é sonhar que as autoridades de Lajeado façam algo competente pela nossa história.







5 comentários:

geheimnis disse...

as autoridades de lajeado são apenas o reflexo de um povo tosco. ninguém vai fazer nada por nada.

Roberto Ruschel disse...

Laurinha, que beleza, este resgate de boas lembranças. Ao ler o blog para a família, minha voz ficou embargada. Tive a sorte de conhecer e aprender com o seu Bruno, assim como com o seus irmãos Walter e o colorado Werner , da Tia Zu, pois meu pai trabalhou 28 anos na Casa Born. Faltou enumerar entre seus feitos a BBC, (Bruno Born a Cia), que produzia óleo de tungue (Aleurites fordii), “O Pinhão Manso do Rio Grande do Sul”. Falando em Tia Zu, este ano comemoramos os 40 anos de formatura da primeira turma do Melinho, da qual com muito orgulho foi o orador. Vamos ter que festejar. Vou começar a agitar a turma.

JORGE LOEFFLER .'. disse...

Lady Laura esta matéria não só posso devo te parabenizar por este belíssimo trabalho que resgata parte da história de tua cidade. Lendo a matéria lembrei do que meu pai dizia sobre um Prefeito chamado José Loureiro da Silva que implantou a avenida Farrapos em nossa Capital assim como o Hospital de Pronto Socorro, este segundo diziam à época lá no meio do mato. Ambos, guarddas as proporções foram exemplos de gestores públicos. Infelizmente nos tempos atuais são eleitas verdadeiras malas sem alças às Prefeituras, pelo menos assim aqui é e desconfio que por aí seja a mesma coisa. Gostaria que tivéssesmos esta blogueira aqui agitando o litoral, agitando no bom sentido com ela sempre o faz. Parabéns Lajeado.

Monica disse...

Que maravilha, Laura!
Naquela foto da escadaria (maxambomba) deve ter muitos lajeadenses conhecidos. Lembro-me de D. Tita contar que ali iam esperar o vapor que as levaria a Porto Alegre.
Que resgate importante da história!
Parabéns Jornalista!!!

serjao disse...

So valeu! Lembro da "escadaria" tambem. Grande pesquisa e grande reportagem. A historia de nossa city precisa ser perpetuada.Alguns de seus maiores emprendedores ainda estao por ai, com muito material para arquivos e historias pra acompanhar. Boa reportagem, agreed!