Minha cidade é gay. Cada vez mais gay.
Sempre foi gay – disse meu amigo do alto dos seus quase 60 anos.
E foi puxando uma carrada de nomes. Gente posuda que se escondia atras de diplomas e cargos políticos. Um outro que morava no Hidráulica. Um outro, advogado das antigas. Em seguida o assunto descambou para as sacanagens de gurizada e as minhas reflexões se perderam pelos assombros inocentes.
No dia 28 de junho de 1970, aconteceu em Nova Iorque a 1ª parada gay do planeta.
Mais politizadamente falando: Marcha pelos direitos gays. Orgulho gay. Reivindicações pelos direitos de cidadão. Uma audácia naquele país tão preconceituoso e conservador.
“Não houve carros alegóricos, sem música, sem meninos em cuecas. Os policiais viraram as costas para nos transmitir o seu desdém, mas as massas de pessoas mantidas carregando cartazes e bandeiras, gritando e acenando para os espectadores surpresos.” - conta Sargeant Fred, um dos ativistas da primeira parada.
Na verdade, o movimento gay já caminhava muito bem organizado nos States, através de publicações especializadas, organizações sociais e manifestações. Não esquecer que o mundo vinha a reboque de um tsunami cultural e social chamado 1968. Não aqui, nesse reduto zen de debutantes e jovem guarda, claro, que obrigou muitos a se exilarem.
Amigos meus foram embora de Lajeado. Ser feliz longe. No Rio, no nordeste, em Sampa, na Italia. Por aí. Uns, nunca, nunca mais vi.
Agora parece que os gays podem andar mais tranquilos por aqui.
Parece? – diz meu amigo contando que o namorado foi despedido de uma grande empresa lajeadense, pela sua opção sexual.
Pior.
Sempre foi gay – disse meu amigo do alto dos seus quase 60 anos.
E foi puxando uma carrada de nomes. Gente posuda que se escondia atras de diplomas e cargos políticos. Um outro que morava no Hidráulica. Um outro, advogado das antigas. Em seguida o assunto descambou para as sacanagens de gurizada e as minhas reflexões se perderam pelos assombros inocentes.
No dia 28 de junho de 1970, aconteceu em Nova Iorque a 1ª parada gay do planeta.
Mais politizadamente falando: Marcha pelos direitos gays. Orgulho gay. Reivindicações pelos direitos de cidadão. Uma audácia naquele país tão preconceituoso e conservador.
“Não houve carros alegóricos, sem música, sem meninos em cuecas. Os policiais viraram as costas para nos transmitir o seu desdém, mas as massas de pessoas mantidas carregando cartazes e bandeiras, gritando e acenando para os espectadores surpresos.” - conta Sargeant Fred, um dos ativistas da primeira parada.
Na verdade, o movimento gay já caminhava muito bem organizado nos States, através de publicações especializadas, organizações sociais e manifestações. Não esquecer que o mundo vinha a reboque de um tsunami cultural e social chamado 1968. Não aqui, nesse reduto zen de debutantes e jovem guarda, claro, que obrigou muitos a se exilarem.
Amigos meus foram embora de Lajeado. Ser feliz longe. No Rio, no nordeste, em Sampa, na Italia. Por aí. Uns, nunca, nunca mais vi.
Agora parece que os gays podem andar mais tranquilos por aqui.
Parece? – diz meu amigo contando que o namorado foi despedido de uma grande empresa lajeadense, pela sua opção sexual.
Pior.
Um homem casado, com filhos, gerente de uma instituição, que não consegue sair do armário, encheu de pedras o caminho do rapaz. Desejos e baixaria. O resto, dá para imaginar.
Ele continua desempregado.
Ele continua desempregado.
4 comentários:
Ele até pode ter ficado desempregado, mas jamais será desamparado! Por gentileza Laura, dá uma força, repassa meu e-mail pro rapaz... Eu tô procurando! Sempre há uma pantufa velha para um pé descalço.
Assim Laurinha...Dá uma força! Te dou um presente bem bonito.
heheh, eh isso ai, vamos ajudar tb boicotando essa porcaria de empresa, alguem fale o nome ou de uma dica please........
Laura mais uma vez comento assunto no teu que é o melhor blog da região. Em Roma tal comportamento não só era comum como aceito sem problemas. Caio Julio Cesar o grande general e imperador dividia seu leito com mulheres e homens sem o menor problema. Quando ainda jovem, aos 18 anos, já militar, Roma necessitava de urgente colaboração do reino da Bitinia com sua frota naval. Coube ao jovem buscar tal apoio. Dizem que era muito bonito e sua beleza despertou a libido do rei Nicomedes que condicionou a cessão da frota desde que o jovem romano o acompanhasse à cama. Cesar, militar disciplinado deu sem o menor constrangimento. Os ricos promoviam festas que duravam até três dias, onde comiam e bebiam o quanto podiam e embuchados iam ao “vomitorium” onde um criado lhes enfiava uma pena de ganso na goela a fim de descarregar o estômago. Voltavam então a comer e beber o quanto podiam. Quando o senhor da festa decidia encerrá-la, mandava que lhe trouxessem um efébo e o traça à frente de todos, sem o menor constrangimento e assim era encerrada a festança. Algo natural por lá. Penso que cada um deve dividir o leito com quem bem entender desde que em público mantenha uma conduta aceitável.
Olá Laura, será que é só em Lajeado? Ou é uma questão histórica universal. Não existe só preconceito sexual, mas, racial, econômico, religioso enfim...estou em Lajeado a pouco tempo, mas é nítido o preconceito e não falo meramente da homo-sexualidade, existe um pior, e talvez mais cruel é o sócio econômico. Há uma grande diferensa de você ser um gay rico e um gay pobre, há diferença de voc~e ser um negro rico ou pobre e assim por diante. Isso não acontece só aqui, o preconceito está enraízado no ser humano...joagam-se bananas aos jogadores negros na Espanha e Itália, neo nazistas em Berlim matam negros e homosexuais...a torcida gremista mata colorados punks numa estação de metrô em São Leopoldo e assim vai caminhando e caminhando a humanidade. Acho importante este debate mas não é apenas aqui que acontece...no começo do teu texto há também um pouco deste preconceito enraizado nos humanos, quando citas "um advogado gay da hidráulica". Afinal de contas, porque nós ainda permitimos tais rótulos? Se é gay ou não, se é baixo ou não...porque se referir a pessoas pelo seu comportamento ou perfil físico...pra existe nomes...prazer Soninha!
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