quinta-feira, 10 de junho de 2010

EDINALDO BATISTA LIBÂNIO

“Mais conhecido como Grafite, campeão alemão pelo Wolfsburg, equipe da cidade da Volkswagen, no norte da Alemanha, em 2009, artilheiro do campeonato, com 28 gols:


"No futebol brasileiro, há muito mais paixão. O futebol no Brasil é quase uma religião. Tem torcedor gritando, xingando, chorando. Aqui na Alemanha não. Aqui o público vai para assistir a um espetáculo."


Do gaúcho Grêmio guarda recordações:

"O Grêmio é um dos grandes clubes do futebol brasileiro pelos quais joguei. Não tive uma história muito boa lá, não consegui apresentar meu futebol, mas é uma equipe que admiro muito, torço bastante. É um clube pelo qual eu tenho um carinho especial porque joguei lá e por Porto Alegre ser uma cidade maravilhosa".


Grafite gosta do respeito demonstrado ao jogador na Alemanha:

"Nunca no Brasil você vai ver um time perder em casa de 2 a 0 e o torcedor aplaudir.


No Brasil, se você perde de 3 ou 4 a 0 em casa, o torcedor quer te xingar. Já teve situações de torcedores quebrarem vidro de carro. Já tive de sair escondido do estádio, com a toalha na cabeça."


O jogador critica que no Brasil o engajamento contra o racismo se restringe a datas históricas, como o dia da libertação dos escravos e o dia da consciência negra.”



À propósito:

“Estão dizendo que não se via um clima assim no país desde a libertação do Mandela e o fim do "apartheid".


Com perdão do psicologismo barato, acho que a euforia de hoje tem a ver com uma necessidade colectiva de desagravo, de mostrar que a África do Sul merece ser remida dos seus pecados.


O desfile da vitória antecipado pode ter sido um reconhecimento inconsciente de que uma vitória real não virá, mas a vitória fora do campo, a prova de que o país pôde superar seus traumas e organizar uma festa como esta, é um objectivo realista.


O objectivo maior é que o mundo possa pensar na África do Sul sem automaticamente pensar em raça e violência. O entusiasmo contagiante pelo time seria um entusiasmo por outra imagem e por uma nova forma de auto-estima.


Fim do psicologismo barato.


É claro que as impressões não morrem e as feridas do passado permanecem abertas. Um "apartheid" que não diz seu nome, como o que existe no Brasil, é evidente em toda a parte.”


Luis Fernando Veríssimo na ZH hoje

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