“Mais conhecido como Grafite, campeão alemão pelo Wolfsburg, equipe da cidade da Volkswagen, no norte da Alemanha, em 2009, artilheiro do campeonato, com 28 gols:
"No futebol brasileiro, há muito mais paixão. O futebol no Brasil é quase uma religião. Tem torcedor gritando, xingando, chorando. Aqui na Alemanha não. Aqui o público vai para assistir a um espetáculo."
Do gaúcho Grêmio guarda recordações:
"O Grêmio é um dos grandes clubes do futebol brasileiro pelos quais joguei. Não tive uma história muito boa lá, não consegui apresentar meu futebol, mas é uma equipe que admiro muito, torço bastante. É um clube pelo qual eu tenho um carinho especial porque joguei lá e por Porto Alegre ser uma cidade maravilhosa".
Grafite gosta do respeito demonstrado ao jogador na Alemanha:
"Nunca no Brasil você vai ver um time perder em casa de 2 a 0 e o torcedor aplaudir.
No Brasil, se você perde de 3 ou 4 a 0 em casa, o torcedor quer te xingar. Já teve situações de torcedores quebrarem vidro de carro. Já tive de sair escondido do estádio, com a toalha na cabeça."
O jogador critica que no Brasil o engajamento contra o racismo se restringe a datas históricas, como o dia da libertação dos escravos e o dia da consciência negra.”
À propósito:
“Estão dizendo que não se via um clima assim no país desde a libertação do Mandela e o fim do "apartheid".
Com perdão do psicologismo barato, acho que a euforia de hoje tem a ver com uma necessidade colectiva de desagravo, de mostrar que a África do Sul merece ser remida dos seus pecados.
O desfile da vitória antecipado pode ter sido um reconhecimento inconsciente de que uma vitória real não virá, mas a vitória fora do campo, a prova de que o país pôde superar seus traumas e organizar uma festa como esta, é um objectivo realista.
O objectivo maior é que o mundo possa pensar na África do Sul sem automaticamente pensar em raça e violência. O entusiasmo contagiante pelo time seria um entusiasmo por outra imagem e por uma nova forma de auto-estima.
Fim do psicologismo barato.
É claro que as impressões não morrem e as feridas do passado permanecem abertas. Um "apartheid" que não diz seu nome, como o que existe no Brasil, é evidente em toda a parte.”
Luis Fernando Veríssimo na ZH hoje
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