sábado, 16 de junho de 2012

TUDO PODE SER REINVENTADO


Primeiro pensei que era apenas inquietude.
Depois soube que assim chamavam de reinvenção.
Convenhamos, a gente precisa se reinventar mesmo para sobreviver nessa cidade. Sendo assim  nada como a escrita literária para nos recriarmos.
Ou uma experiência musical, esportiva, artística - cada um na sua.
Despir dos preconceitos, chacoalhar as dúvidas e encarar nossas contradições criativas na zona de sombra, leia-se, ficção.
Estranhamente só me sinto útil escrevendo. Apesar de não ganhar um tostão com isso.

Mas li que seu Hermann pensava o contrario. 
Achava uma grande besteira escrever.
Ainda bem que seu filho não lhe deu ouvidos.  Do contrário, relatou sobre sua difícil relação paternal no livro “Carta ao Pai”, em 1919. Anos antes, escreveria em apenas 20 dias “A Metamorfose”. 
Sim, Franz  Kafka escrevia por necessidade interior e todas suas angustias transpiram no seu potente texto, como muitos de nós descobriríamos tardiamente.

Então, nessa de reinventar, convidei doze escrevinhadores para dividir o projeto literário “Doze lendas para Lajeado”. Porque fui procurar uma e não achei. Nem umazinha. Já imaginei  A Lenda do Saraquá, A Lenda de Conventos, A Lenda da Mudinha...

Mas a galera amiga convidada rejeitou o tema.
Uns queriam escrever sobre amor. 
Outros, desamor.
Uns queriam escrever sobre personagens reais. 
Outros, irreais.
Uns queriam escrever sobre o lado B das criaturas. 
Outros ficaram com receio de que esse lado B extrapolasse. 
Cada um com suas necessidades interiores.
Alguns, com necessidades revolucionárias, vampirescas. 
Difícil um figurino literário de comum acordo. 

Enfim, uma proposta sugerida por alguém e acatada por quase toda maioria: “Essa é uma história não contada...”
Agora toca atrás de subvenções, patrocínio, apoio - a parte mais difícil.
Alguma idéia? Que frustração grande se o projeto não sair do word.
Vou adoecer, ahã, eu sei.
Aliás, Kafka vivia dizendo que sentia dores, a coluna encurvava e sua imunidade caía lá embaixo quando vivia essas pressões literárias.
D’usmilivri!

* Minha crônica jornais A Hora, de Lajeado e Opinião, de Encantado.

Um comentário:

JORGE LOEFFLER .'. disse...

Laura, és como o vinho.
Sempre surpreendendo. Depois de rir de tua conclusão, resolvi comentar. Se aí é assim, imagina como deve ser aqui nesta fronteira seca como o maior vizinho de nosso país e que por certo é de todas as nações que com ele são vizinhas. Ontem recebi de um mano uma “tabela de preços”, daquelas de nos fazer rir. Resolvi então postar e obviamente estabeleci a relação com políticos de uma aldeia que conheço muito bem. Se fores ao meu blog duvido que consigas conter o riso. É de doer a “inguinorância” como diz o Dr. Prefeito daqui, hoje diplomado pela UCS, ele e diversos familiares.

Eis o lnk: http://praiadexangrila.com.br/80458/