Martha Medeiros, Zero Hora de hoje.
Lembrou de Lajeado?
Impressiona a destruição das casas e o avanço dos prédios sobre a vizinhança que persiste.
Lajeado quer virar uma Canoas, uma Novo Hamburgo. Deprimente. Aqui, são mais de 1.000 apartamentos fechados, esperando por venda, por moradores. A bolha da construção está se aproximando, dizem. Tomara que explode. Tomara. Dias destes botaram fogo em duas casinhas no bairro Hidráulica Dizem que foi criminoso. Dizem que foi obra de construtores. Dizem. Não duvido de nada.
4 comentários:
O problema tende a ser pior, ou depende do marketing do PT
Olá Laura; por vezes passo por aqui para ler seu blog. Hoje, me deparei com este post, que vai ao encontro de um texto que tinha escrito na semana passada para enviar a algum jornal, na coluna opinião dos leitores. Mas, mudei de ideia, acredito que aqui seja o melhor lugar. Caso queira publicá-lo como um post, ou simplesmente lê-lo. Grande abraço. Ah... não me identifiquei, não fique chateada.
O Estouro da Bolha
Não escrevo este texto com a intenção de desservir ou beneficiar alguma parte, mas apenas por vontade e prazer da prática do desenvolvimento de textos. Ainda, esta é uma opinião pessoal, não podendo suas conclusões serem apontadas como regras.
O termo “Estouro da bolha” é comumente usado quando algum fato ou situação atinge o seu ápice e torna-se insustentável. O detalhe está no fato de que, normalmente, essas bolhas são transparentes e seu estouro pode ser visualizado antecipadamente, exigindo apenas o olhar mais aberto do cenário e não focado somente em interesses particulares.
Um dos exemplos mais comuns desse tipo de situação é o estouro da bolha da informática, quando em meados da década de 70, grandes empresas produtoras de hardware não acreditavam que as pessoas pudessem se interessar em possuir um computador de uso pessoal, e supunham que somente as empresas necessitariam desses equipamentos. Análises de cenários como esta, fizeram com que muitas “gigantes da informática” entrassem atrasadas no mercado de computadores pessoais e atualmente sejam percebidas como empresas seguidoras e não como inovadoras.
Todavia, não é somente no meio corporativo e “distante” daqui que bolhas se formam. Pode-se perceber situação semelhante no município de Lajeado, mais especificamente no setor imobiliário. A cidade de Lajeado é indiscutivelmente a capital do Vale do Taquari. O município concentra seus negócios nos três setores econômicos, e não tem sua economia atrelada somente às atividades primárias, mas também à indústria e ao comércio, justamente os dois setores em que é possível agregar maior valor aos produtos.
A atratividade de Lajeado faz com que muitas pessoas se desloquem para cá todos os dias e que algumas, inclusive, por aqui permaneçam. Contudo, para que possam fixar-se é necessária uma estrutura adequada, que possibilite a permanência dessas pessoas (entenda-se moradias). Nesse quesito Lajeado cumpre muito bem o seu papel, pois é percebido claramente o crescimento e desenvolvimento desse setor. A que preço? Bem, isto e assunto para um novo texto.
Entretanto começa-se a perceber uma oferta de imóveis maior do que a sua demanda, o que pode estar sendo ocasionado pelo aquecimento do mercado nos últimos três anos. Além disso, por consequência desse aquecimento, houve uma superelevação dos preços praticados. Esta supervalorização é completamente aceitável em um mercado em que a demanda é maior que a oferta, e também não é execrável nessa situação, mas somente nessa situação.
Percebe-se atualmente um descontrole nos preços praticados na venda de casas, apartamentos, salas comerciais e terrenos, e certamente este fato deve-se à presença de pessoas ainda dispostas a pagar esses valores. Mas a pergunta que fica é: Até quando existirão esses afortunados? Com certeza há investidores que projetaram os ganhos no longo prazo, mas também existem os que não possuem tanto tempo para esperar e necessitam de retorno mais imediato. Essa situação é que define o prazo para o rompimento da bolha imobiliária na região.
Assim como as empresas que não acreditaram na utilização pessoal de computadores, pois sua visão era focada apenas no seu negócio e não no ambiente externo, acredito que muitas pessoas e organizações de Lajeado deveriam prestar mais atenção ao que está acontecendo com o setor imobiliário local, para que não sejam surpreendidas com um estouro.
um estouro será extremamente saudável para a nossa economia. trará os preços a níveis novamente razoáveis e fará uma limpa na quantidade de imobiliárias no muunicípio. hoje, quem não tem emprego pode virar corretor de imóveis. basta ir até Passo de Torres, fazer uma prova facilzinha e ganhar o certifcado. Se rodar, não tem problema. O pessoal lá repeterepeterepete a prova, quantas vezes necessárias for, até o candidato passar.
Laura, ao ler o teu texto lembro da minha pobre avó que mora em uma casa bem no centro de Lajeado e perto do colégio Alberto Torres. Uma das únicas casas daquela rua que ainda resistem à construção de prédios. Várias construtoras já entrarem em contato com ela oferecendo uma quantia significativa para que a mesma venda a casa. Um absurdo... onde é que isso vai parar!
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