sábado, 10 de novembro de 2012

FEIJOADA & TEMPEROS AFINS


Entre o tanque e o fogão, uma breve reflexão nas minhas triviais funções de dona de casa.

(Aliás, Clarice Lispector e a filósofa Hannah Arend  são profundamente inspiradoras na minha rotina de escrevente e de vivência em cidades pequenas.)

Arend escreve sobre o Mal, pesquisando os espaços que delimitam o bom e o mau cidadão. Daí um gancho para falar em fofocas maldosas que destroem as pessoas e suas vidas. Deixa assim, minha avó dizia “o que bate, volta.”

Agora, passada as eleições, a poeira assenta até janeiro.
Mas enquanto mexo o feijão na panela penso que vivo em um país onde a corrupção explícita e oficial vem desde o ano de 1500, quando se trocou espelhinhos por Pau Brasil.  E como nessa vida tudo é perigosamente tentador, minha dúvida se boto mais pimenta na feijoada.

Os poderosos, lembra Arend, quando passam para o outro lado perdem o senso comum. Só que Política é plural, para todos, um bem comum em prol do povo.
Mesmo assim acompanhamos comodamente no sofá da sala em frente à tevê, a manipulação do eleitorado, do cidadão, do contribuinte que somos todos. Assistimos ao showrnalismo que circulou na internet, nas redes sociais, os prós e contra os governos, as siglas partidárias, para nos confundir ainda mais. Não foram à toa, os votos em branco ou anulados.

Depois da roubalheira do mensalão, tem gente dizendo que o ex-presidente Lula guarda 2 bilhões de dólares embaixo do colchão nas Ilhas Cayman e que vai se coroar Hugo Chavez. Outros comprovam a falcatrua no governo FHC no caso Sivam, no Banco Econômico e Proer, na cpi do Dner, na privatização da Telebrás. Sim, a gente vota sem saber o que é pior. E se o pior está por vir.

Que fim levou aquele movimento da elite, o “Cansei”? 
Tomou tanta paulada que acabou sumindo, não é?

Preciso baixar o fogo, porque do contrario, o feijão queima embaixo. 
Deixo a pimenta a gosto de cada um. Tempero é algo muito particular. Não vale a pena discutir.
Mas no fundo, no fundo, tudo e todos, em se tratando de políticos, sabemos, farinha do mesmo saco. 

Sim, o Mal parece sempre sair na frente.
Um assombro ainda acreditar que algum deles pense em bem comum.
Tudo é tão escroto. Prefiro me solidarizar com os Guarani- Kaiowa, que acredito urgente nosso apoio.
Nem que de longe, pelo ciberespaço.

* Minha crônica semanal  jornais A Hora e Opinião.

Um comentário:

Anônimo disse...

queriam tanto a democracia. veio então as diretas já. os cara pintada. a nova constituição. e depois só governos da esquerda, porque os milicos eram da direita. agora tão reclamando o que? que aguentem o ferro.