.no hospital aguardo o “procedimento”. desde quando
vasculhar os intestinos é procedimento? pensei q não pudesse existir nada mais
íntimo do q uma colonoscopia. nem sexo é tão íntimo. mas daí lembrei do divã do
analista. sim, lá é mais íntimo. vasculha a alma e a alma entrega as vilanias.
no hospital nada para ler. nada. só um cartaz. “atenção. antes de entrar no
centro cirúrgico retirar todas as jóias e acessórios. obrigado.” e quem vai de
jóias ao hospital? alias, quem ainda usa jóias? retiro do pulso uma biju
bagaceira. com certeza cheia de
bactérias. já pensou se essa coisa contamina o bloco cirúrgico? aguardo.
aguardo. o tempo não passa sem nada para ler. nem uma revista velha, sem
capa. o q será q o hospital espera q a gente faça enquanto
espera? olho as paredes. estico os ouvidos para captar os resmungos sorridentes
das recepcionistas. aguardo. aguardo. guardo minha ansiedade. tenho vontade de
ir ao banheiro. se vou é capaz da enfermeira me chamar justo nesse momento.
perco a vez. espero. alguém vem colher sangue. não o meu. mas das funcionarias
do hospital. será q essas gurias estão
doente? é prevenção. só pode. aguardo desde as seis e meia da manhã. fui pontual. marcaram o exame
para as sete. já são sete e meia e nada. nada para ler. se os passarinhos
esperam pelo mamão de cada manhã, que esperem as tripas também. 2013 vai ser barbada.
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
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