ROCK IN RIO: A 1ª VEZ NINGUÉM ESQUECE

“Minha prima Ju Vier e eu pensamos no Rock in Rio 1985  tendo como motivo a visita a família do primo de nossas mães, o tio Roque Licks que mora lá.

Na verdade nunca achamos que elas deixariam.

Mas, por interferência da nossa querida vó Vier, as mães aceitaram e lá fomos eu e a Ju  de bus para o Rio.

A festa começou já no ônibus, pois a maioria estava indo também e eramos todos jovens, mas não tão adolescentes como nós. Muito lanche e farofada no caminho, com direito a vários lanchinhos e comidinhas preparadas pelas mães.

A chegada no Maracanã foi tensa, muita gente, muito movimento, uma ansiedade por chegar...e ai...ao entrar lá dentro, subir as escadas e ver o estádio lotado de cima abaixo, foi uma sensação boa demais! Estávamos lá!!! Incrível!! Nem a gente acreditava...

Seguimos com nossos primos para o gramado, para ficar bem perto do palco. Assistimos ao show dos Engenheiros do Hawaii (onde o guitarrista Agostinho Licks, primo das nossas mães tocava) e Men at Work  do gramado.

Aí nossos primos decidiram que tentaríamos entrar nos camarins. Lá fomos nós, meio chateadas de sairmos do nosso lugar, mas curiosas para ver até onde chegaríamos.

Entramos com facilidade nos camarins nacionais e como parentes do Agostinho curtimos a sala de espera deles, um local bacana, cheio de artistas, muita comida e bebida. E a gente de tênis, calça de moleton e camiseta do Rock in Rio.

Os Engenheiros foram para Angra fazer um novo show e nos deixaram seus crachás. Eu ganhei o crachá do baterista,  Carlos Maltz, porque tinha o cabelo crespo parecido com o dele. Já estávamos bobas por estar neste espaço "vip" cheio de artistas, músicos e gente bonita, mas nossos primos queriam mais.

Sugeriram entrarmos nos camarins internacionais com nossos crachás de músicos dos Engenheiros. E lá fomos nós de novo... 

Atravessamos os camarins e lembro de ver o Michael Hutchance, do INXS, que eu conhecia graças ao meu primo Jorge Schnack. Seguimos andando e passamos exatamente ao lado do Billy Idol, que adorávamos!

Como estávamos em local proibido, seguimos andando  em silêncio para não chamar a atenção dos seguranças. Andamos um pouco mais e paramos onde?

AO LADO DO PALCO DO ROCK IN RIO! 

Simmm! Nem podíamos acreditar...

Lembro da emoção de ver o Maracanã completamente lotado, com a visão de cima do palco, aquela que tem o músico quando faz o show e isso foi muito impressionante e impactante!

Assistimos todo o show do Billy Idol do palco, ainda não acreditando que aquilo estivesse realmente acontecendo.  Mas acordamos do sonho quando o show dele acabou e todo o palco e bastidores  foram esvaziados para o show seguinte.

Saímos de fininho e voltamos aos camarins nacionais e  depois ao gramado. E aí nossos primos decidiram voltar para casa, pois já estavam bem felizes com a nossa experiência. 

Mas ainda  lembro que não queria ir embora de lá tão cedo!”

Caroline Bücker - publicitária