quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

TRISTE HUMOR

Repercutiu na internet o trabalho dos chargistas sobre a tragédia de Santa Maria, que até agora contabiliza  235 mortos e 143 feridos. 


Não me parece que há várias maneiras de interpretar se não pela dor, tristeza e respeito a todos aqueles quer perderam alguém na boate Kiss.
Uns acreditam que assuntos dramáticos em charges correm o risco de ser mal interpretados. Porque o leitor associa a charge a uma piada. O que nem sempre é.

Gostei muito da charge do Aroeira para o jornal O Dia. Traduziu o impacto sentido por todos  aqueles que escrevem e ilustram em jornais. Não há o que expressar.

“... uma  charge  de Chico Caruso que é um insulto. Uma tentativa barata de agredir a presidente Dilma e politizar a tragédia de Santa Maria num momento de imensa dor.
Esse jornalismo urubu perdeu completamente a capacidade de enxergar limites e de buscar alguma razoabilidade para a sua ação.” http://revistaforum.com.br/blogdorovai


"Chegaram mais de 4 mil mensagens de protesto à RBS. Isso, segundo o jornalista Auber Lopes Almeida."


 “ Infelizmente algumas pessoas passaram dos limites ao retratar em forma de charge a tragédia de Santa Maria, No Rio Grande do Sul. 
Foi o caso do Chico Caruso, em "O Globo", e Marco Aurélio, na "Zero Hora", eles não conseguiram expressar bem o que queriam dizer, se é que queriam dizer alguma coisa, e acabaram fazendo charges monstruosas.”

Hoje, na ZH, um interino assumiu o posto.

Aqui, outras charges  ilustram  a tragedia de Santa Maria. Abaixo alguns comentários sobre os limites do grafismo jornalístico, mas que não tem nada a ver com as charges acima dos comentários.

“Ele não tem limites. Faz o que quer dentro e fora do espaço dele. Por causa do meio, é considerado o melhor chargista do estado. Não sei que gancho foi. Mas, se levou uma chamada, certamente foi por causa da opinião pública, e não por causa do bom senso dos diretores da casa.” Autoria preservada



"Aquela charge foi um despropósito. Coisa de quem tá acostumado a trabalhar cercado de bajuladores, sem o risco de ser demitido. Além de ser um desenho de mau gosto, de gente sem sensibilidade pro ramo. 
O chargista, profissional que trabalha com riso, sabe que a charge editorial é um espaço de jornalismo. 
Ninguém melhor do que ele precisa se equilibrar todos os dias entre o ridículo revelador e o respeito ao leitor. 
Ele, pelo contrário, faz o diabo: desenha mal, faz piadas que ninguém entende e, quando aborda uma uma tragédia como a do incêndio em Santa Maria, joga mais gasolina em cima. Isso pra não falar no sangue." Autoria preservada

“Muitas charges são mais uma crônica ilustrada, um comentário visual, sem ter nada de engraçado. Acho que foi a tentativa do "colega", mas muita gente interpretou mal e deu no que deu. Pra mim não é dos seus  piores trabalhos. Ele já fez coisa de muito mais baixa qualidade (como legendar charges explicando o sentido) e chovia carta no jornal chamando-o de gênio.” Autoria preservada


“O que ele  fez, na minha opinião, reflete o respeito que sua empresa tem pelo povo gaúcho. Manter um cara daqueles como chargista tanto tempo, enquanto gênios como Santiago e Edgar Vaques, por exemplo, ficam no desvio, é só mais um sinal da sua discriminação pra com a verdadeira prata da casa...” Autoria preservada

"Eu fiquei comovido com a beleza e o respeito das homenagens. Sem falar na dignidade. Nessas horas a gente simplesmente larga a caneta e deixa passar um dia. Dane-se o que diz o dono do jornal. Eu normalmente vou pro clichê: ou publico o meu espaço cercado em banco ou ele sai totalmente em preto. Mas acho mais bonito publicar uma charge em homenagem." Autoria preservada


Á propósito:

Já são 22 cidades gaúchas que cancelaram  o Carnaval, em sinal de luto. Ainda bem que janeiro termina hoje.


2 comentários:

JORGE LOEFFLER .'. disse...

Vejo a charge como arte e como tal penso que não há o que discutir. Acredito que a rbs tenha aproveitado para livrar-se do profissional como o fez hoje.

Marisa disse...

As charles do Iotti o foram de grande sensibilidade.