segunda-feira, 29 de junho de 2009

MEMÓRIA HISTÓRICA

Dia desses encontrei o prof. Schierholt para uma prosa rápida.

O prof. Schierholt não é só um professor de História e pesquisador. É um observador sensível da cidade que escolhemos para viver.

Falei que, se eu - leiga - subia nas tamancas pelo desprezo com que as últimas administrações de Lajeado tratam o patrimônio público, podia imaginar a revolta dele, conhecedor da história de cada casa antiga de Lajeado.

Já não é revolta, é uma amargura – assim me pareceu – quando o professor respondeu que essa cidade - que se diz metrópole, progressista - não tem nenhuma lei que proteja o patrimônio.
Não conta com nenhum incentivo ao contribuinte para que conserve o prédio histórico no qual reside:

"Dão desconto no IPTU se plantam árvore no quintal, mas para preservar nada."

E cita a casa da Família Born na beira do rio Taquari, antiga escritório de representação do Transatlântico Bank e hoje residência e ateliê de Virgínia Purper, que revela sua vontade de vender o casario para alguma entidade ou particular.

Já imaginei o CREA... Pelo menos deixaria algo de concreto para o bem da cidade.


“Ninguém valoriza a casa. Só vê os dois terrenos com vista para o rio Taquari” - diz Virgínia.

O prédio de largas paredes, com 464m2, foi construído entre 1913/1918 e ainda conserva as portas internas originais. Uma meia-parede de madeira entalhada faz divisa com outro cômodo, interligados entre si. Fico pensando o que vale para a cidade...


Com certeza, a Prefeitura sabe que preservar custa muito caro.
Como incentivo aos proprietários desses prédios históricos, Schierholt lembra que o governo poderia isentar do IPTU, poderia disponibilizar arquiteto e engenheiros da prefeitura para laudos técnicos e sugestões de reforma, poderia liberar mão de obra para restauração, poderia...

Não. O governo municipal com apoio das entidades civis, incentiva a destruição da identidade de Lajeado.

Schierholt disse que já fez campanha junto aos vereadores para que criassem leis que dessem apoio aos moradores na preservação dessas casas de memória.

Mas, os vereadores se mostraram surdos.

Digo eu: não, professor, os vereadores se mostraram incompetentes e medíocres.



3 comentários:

aga disse...

(um longo bocejo)...

tédio essa cidade, que só é quebrado por um carro qu8e passa com som alto, ou o alarme de algum carro na fila de lavagem do posto da esquina, ou uma criznça perguntando a todo instante durante um concerto de música barroca : 'acabou?', ou uma moto- serra derrubando alguma coisa pela vizinhança...mas que que eu tô viajando, se o que eu queria dizer mesmo era: se ao menos eles construíssem algo masi bonito no lugart...mas sempre é mais feio ...vereadores medíocres, arquitetos medíocres, eu tbém sou...tbém ñ faço nd de efetivo sobre...nem a tal exposição a laura me sugeriu a uns 3/4 anos sobre o casario antigo eu levei adiante...

mas valeu aquele passeio naquela fria manhã de inverno!
estavam todas lá

Roberto Ruschel disse...

Na parte de baixo desta casa é que começou a Casa Born. Anos depois, quando desativaram a Usina de Energia Elétrica que ficava na rua Silva Jardim, 135 (hoje SESC), a família Born (Bruno, Walter e Werner), compraram este prédio que pertencia ao Senhor Adão Fett, abrindo ali uma nova Loja. Por alguns anos permaneceu em aberto as duas Lojas. Com a tendência do comércio a passar para a Júlio de Castilhos a Loja da Oswaldo Aranha foi fechada. Muitas vezes em minha infância brinquei com o Paulinho Born nesta casa, pois a residência de seus pais, Seu Walter e Dona Erna ficava na parte superior.

Anônimo disse...

Querida, sugerindo pauta para o Informativo?
Pelo menos podiam ter te citado,hein miga?
bjinho.