Abílio e Maria Inácia
"Arminda virou tia Mindoca. Passava os dias descascando amendoim para fazer rapadura. Quando ria entre uma prosa e outra, as casquinhas grudadas nos dentes delatavam o prazer de não só trabalhar.
Leopoldina virou tia Pudina. Foi criada pela madrinha.
Naquele tempo casal que não tinha filhos criava um afilhado. Tia Pudina deu muita sorte. Os pais adotivos não só eram ricos, como donos de terra a perder de légua. E tudo ficou para ela que casou com tio Osório, vinte anos mais moço e que nunca pegou no pesado. Só aprontou para desgosto e vergonha da família. Mas a tia era tão apaixonada quando revirava os olhos lembrando “ah, o Osório...” e desculpava tudo. Sim, ah, tio Osório... Gastou quase toda a herança da tia Pudina em jogos e zona.
E a Tia Citalina? Essa morreu mocinha sem conhecer as obrigações de alcova..."
Minha crônica de meias-verdades, na íntegra, no A Hora, Opinião e Região dos Vales.
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