terça-feira, 1 de maio de 2012

AMOR ATÉ QUANDO?


O amor dura três anos. Sim, o amor adulto.
(Porque o de mãe segue até o fim.)
Não sou eu que estou dizendo isso.
São os estudiosos da vida privada. Os tais cientistas sociais.

O cinema  ilumina com holofotes: 
“L'amour dure 3 ans " -  roteirizando um livro-não-sei-quem.
(Eu não vi, não sei baixar da internet, nem sei se vale a pena.)
Li em algum lugar, anotei na certeza que renderia uma boa crônica.

Então: quanto tempo dura o amor mesmo?
Copie a frase e acesse na rede: aproximadamente 2.910.000 resultados  em 0,31 segundos para buscar uma resposta que não vai dar em nada.
Ora, a minha curiosidade vai bem além dos microsegundos googlianos.

Quanto tempo dura o amor?
Eis a questão machadiana que sempre me intrigou...

Antes que o amor vire companheirismo? – perguntou uma conhecida, dona de  uma clínica de botox. (Amor para ela é enxerto. Desconfio, mas não ouso dizer.)

Antes que o amor vire parentesco? – avinagrou meu amigo mais sarcástico que mora no interior de Estrela.

Antes que vire tédio? 
E o tédio escancare a porta da traição? 
E a traição vire remorso e o remorso se dissolva em lágrimas e estas no travesseiro se transformem em que mesmo? 
- Fingimento – grita em uníssono o coral das desiludidas.

Dessa patuscada fraternal não se consegue uma reflexão que resulte em metamorfose literária. (Da proposta do amor a coisa descambou para a paixão e quase perco o fio da meada.)

“Você vai sofrer muito,
mas vai valer a pena,
porque o amor não é para a gente ser feliz,
é para se sentir vivo.”
- Domingos de Oliveira - 

Concordo também. 
E que seja infinito enquanto dure – não cantava Vinicius, bebendo seu uísque e compondo as mais belas canções enquanto se casava nove vezes no devir do louco amor?

Não precisa ser poeta para saber que o amor vive por soluços.
Dura através de pausas. Temperaturas. Silêncios.
E, principalmente, perdões.   

* Minha crônica nos jornais A Hora, de Lajeado e no Opinião, de Encantado.       

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