quarta-feira, 9 de maio de 2012

DO MEU BLOQUINHO...

Não assisti ao filme “Xingu”. Ainda. Mas está na minha listinha. Ao lado de “Pina”. Faz tempo que não vou a Porto Alegre. A gente se acomoda na mesmice. Dá trabalho buscar  cultura. Desacomoda. Faz pensar. Essas coisas. Fora o braço e a cervical fudida que to. E dê-lhe fisioterapia no Leonardo, quiropraxia no Mazuel, bolsa de água quente, antiinflamatório, raiva e lágrimas. Mas li na ZH que o diretor de “Xingu”, Fernando Meirelles, fez um desabafo sobre a indiferença dos gaúchos sobre a história dos irmãos Villas Boas nos anos 40.

“Não esperávamos este desinteresse pelos índios ou por questões de preservação do patrimônio natural do Brasil.” – escreveu o cineasta.

Não conhece os gaúchos mesmo.
O Rio Grande do Sul desmatou o que pode e continua detonando com a Mata Atlântica, com o pampa, com os cimos da serra, com todo verde que existe no estado para plantar soja e trigo, para construir usinas, prédios e fabricas. Quanto aos índios, também os gaúchos estão pouco se lixando. É só ver o quanto eles “atrasam” o progresso aqui no Vale do Taquari: impedem a duplicação da BR 386. Minha solidariedade a Meirelles.

A propósito: o cine detonado do shopping de Lajeado está passando o filme. Três sessões. Quem sabe você se interessa. Ou não.

Um comentário:

JORGE LOEFFLER .'. disse...

O problema de nosso povo é que faz cerca de 60 anos um grupo de moleques vindos especialmente da fronteira e entediados com a cidade resolveram criar o tal CTG. A Globo através de sua repetidora/filial se apropriou da ideia e passou a nos fazer acreditar que isto é a cultura de nosso estado. Essa coisa está de tal modo arraigada na alma da maioria quase absoluta que passou a ser uma verdade incontestável e os que ousam contestar se tornam odiados. Nossa cultura é um belo mosaico de diversas etnias, especialmente a parte norte indiscutivelmente muito mais desenvolvida e não pelas diversas etnias que a habitaram, mas por fatores outros. Cito um exemplo na origem. Meu avô materno nasceu e viveu em Viamão, descente de açorianos. Meu pai veio da Europa. Pergunto o que tenho eu a ver com essa cultura castelhana da fronteira? Eu mesmo respondo. Nada. Depois quando esses que vestem a tal fantasia na sexta-feira à noite, enfiam uma faca às costas na altura da bunda, ingerem um copo de cachaça e então recebem um espírito do outro mundo passando a falar mais grosso que os demais e assim se tornam fazendeiros de mentira por algumas horas, pois no final do domingo, despida a fantasia voltam a ser o que sempre foram. E quando os “cariocos” gozam com essa nossa falsa cultura em programas de humor chinelão da Globo ficam furiosos. O que falta à absoluta maioria é a capacidade de pensar ao invés de seguir a manada sem jamais questionar.