segunda-feira, 8 de junho de 2009

A CARTA DO LEITOR QUE ASSINO EMBAIXO

No jargão blogueiro: chupo tudo... Até carta do leitor do jornal O Informativo, como essa que segue abaixo, elogiando as reportagens do colega Ermilio Drews sobre “Memórias do Vale”.

Leiam e me digam se essa cidade não é, verdadeiramente, de faz-de-conta?

PATRIMÔNIO CULTURAL DE LAJEADO

(...) "Realizei um trabalho de conclusão do curso de especialização em Patrimônio Cultural, na Ufpel, um levantamento da preservação de 235 casas que foram inventariadas em Lajeado no início da década de 1990 do secilo XX pelo Iphae.


(...) trabalhei com 35 delas. (casas)
Concluí que muitas foram destruídas, outras foram descaracterizadas e algumas ainda possuem suas características originais respeitadas.

Algo que precisa ficar bastante claro é que nenhuma dessas 35 casas poderia ter sido destruída ou descaracterizada. Essas casas são protegidas pelo Inventário, que é um dos níveis de proteção do patrimônio cultural (...)
Em Lajeado apenas a Casa de Cultura sofreu esse processo. Ela está no inventário e também é tombada pelo Iphae.

Venho acompanhando nos últimos anos a falta de interesse do Poder Público e de proprietários em relação a essas casas. (..)

Esquecem ou não possuem a sensibilidade de reconhecer beleza e a memória que aqueles imóveis guardam.
Muitas dessas casas inventariadas amanheceram literalmente destruídas misteriosamente por algum incêndio ou pelos cupins que consumiram sua estrutura.


Um povo que não preserva sua história e sua cultura que futuro terá?

Letícia Oliveira de Oliveira
Professora de História e especialista em Patrimônio Cultural

* Futuro nenhum, profe.

Nessas horas lembro da Vila Olga, casa de Ivo Scherer, que “misteriosamente” pegou fogo...



7 comentários:

O Olho do Linceu disse...

Além da Vila Olga, a sua outra propriedade, ao lado da Marquardt Scherer, na beira do Rio, torrou da mesma maneira.

aga disse...

lajeado tem políticas toscas, tanto no que se refere a patrimônio histórico cultural quanto a meio ambiente.
querem ser 'cidade' grande, mas andam na contramão das cidades referência em urbanização, pois botam fogo mesmo em prédios e cortam sem o menor critério qualquer árvore que esteja atrapalhando - na cabeça dele - qualquer empreiteiro.
e nem precisa ir longe pra citar exemplo...ou alguém trocaria a agradável e harmoniosa mal. floriano ( a rua das tipuanas ) em sta cruz pela seca, quadrada e sem graça júlio de castilhos aqui em lajeado?
pergunta a minha...claro que trocaria!
agora, tem uma coisinha...a maioria dos comandantes dessa carnificina são os 'novos ricos' que pululam a cidade...gente com muito $, mas sem cultura ou educação nenhuma - e a proporção é inversa neste caso

JORGE LOEFFLER .'. disse...

Lady Laura faço minhas as palavras desta professora, assim como das tuas palavras e dos que me antecederam nos comentários. A estupidez pelo vil metal é algo que enoja. Pergunto a estes pobres de espírito o que vão levar quando partirem? Lembro que devem mandar confeccionar féretros especiais para eles, pois os que são encontrados não vêm com gavetas. Em situações como esta, via de regra, fico encolerizado, mas estou é com pena da pobreza desses infelizes. Que o Criador tenha piedade das almas de vocês quando da passagem. Encerrando lembro cultura se adquire quando se deseja, ao longo da vida, mas sensibilidade, esta é uma qualidade com a qual alguns nascem e infelizmente não é algo que todos possam ter.

Letícia Oliveira disse...

Laura fiquei feliz com teu comentário no blog. Mas retificando uma informação: foram 68 casas inventariadas na região. Trabalhei com 35 casas. Agradeço a oportunidade na qual as pessoas manifestam sua opinião e indignação em relação a história e memória da nossa cidade.
Um abraço,
Letícia Oliveira de Oliveira

Anônimo disse...

Lamentável, como já foi dito. Eu apenas acrescentaria que, em se tratando de imóveis protegidos por legislação (inventariados), os quais como disse a Prof. Letícia, não poderiam ter sido destruídos ou descaracterizados, caberia às autoridades competentes fazer cumprir a lei, apurando e punindo os responsáveis. Com a palavra, o ministério público.
Álvaro Santi

Anônimo disse...

Lei foi feita prá ser descumprida..
Alguém tem dúvida disso ainda !
E o pior é que descumprimento das leis é muito maior por parte das autoridades do que pelo cidadão de bem.
Esse segundo assiste a tudo sem nada poder fazer....
Por outro lado o cidadão de bem ainda tenta no voto de cada eleição a extinção dessa baderna toda , o que convenhamos não acontecerá nunca diante dos políticos que se vê por aí....!

Anônimo disse...

Assino embaixo de todas as manifestações. A propósito, a Vila Olga não pegou fogo. Amanheceu num final de semana sendo desmanchada. Tijolo por tijolo, foi-se um pedaço da nossa história. O que as chamas consumiram foi a primeira casa de Lajeado, na Oswaldo Aranha, de tradicionais tons azul e branco. Mais alguns para a lista? Sumiram do mapa o prédio em frente à praça do Trierweiler, a antiga delegacia de polícia na Silva Jardim, o casarão ao lado do Pinto Müller. Os exemplos são muitos... O tempo passa e a memória de Lajeado vira fumaça...
Gigliola Casagrande