quinta-feira, 25 de março de 2010

JORNAL ANTENA

PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO
DESTRUIR OU PRESERVAR?

Quando observo os casarios da minha cidade e da cidade dos outros em nossa região, penso que ainda sobrevivem, estão de pé, por pura sorte, alguns.
Por insistência e valentia, poucos.

Uma fúria ignorante e avassaladora por parte de governantes e construtores deita por terra a História da cidade, arrasando sua identidade cultural e também com isso impelindo à destruição nós próprios.
Retórica?
Não.
É ganância pura e interesses traiçoeiros dos que se dizem autoridades na cidade: o aniquilamento do passado. Afinal, quem se importa com o passado?


A Europa se reergue dos escombros de suas guerras, reconstrói tudo, preserva, conserva e recebe milhares de turistas todos os dias. E tudo é fotografado assombrosamente: prédios, pontes, ruas com calçamentos antigos, monumentos, hospitais, casarios, escolas, templos, muralhas e muros, ruínas.

E nós?


Destruímos e edificamos prédios e condomínios de arquitetura de péssimo gosto, para logo em seguida, nas salas refrigeradas discutir ações para atrair turistas para a região.

As mentalidades tacanhas não conseguem preservar o que nossos antepassados, com tanto suor e esforço, construíram. É difícil manter, dirão.
Claro, mas o patrimônio arquitetônico privado depende de incentivos fiscais para que atravessem os séculos, preservados, íntegros. E nenhuma autoridade se coça.

A palavra de ordem deveria ser restaurar para revitalizar ruas e bairros, sendo as prefeituras as responsáveis pela cultura historiográfica de nossas cidades. Deveriam sentar com os proprietários, dialogar e pautar ações de preservação em conjunto.

Então, o que realmente queremos deixar para posterioridade? Como queremos ser vistos? Será que as futuras gerações vão nos cobrar um passado? E se cobrarem que respostas teremos em defesa do patrimônio cultural da cidade?

Preservar é um compromissos de todos.
E saibam que a alma de um povo se traduz por sacadas e assoalhos antigos, portas e venezianas misteriosas, escadas e sótãos obscuros.
Fora isso restará cidades estéreis de humanidade mais estéril ainda.


Confira: http://www.jornalantena.com.br/images/stories/caderno_turismo.swf


2 comentários:

Monica disse...

Nossa, Laura, este post é exatamente o que penso, ate escrevi um texto para mim mesma sobre isso, pois sou uma quimica que queria ser arquiteta...E toda vez que vou a estrela fico APAVORADA, com o que se faz com os predios lindos que haviam na cidade. Destruidos sem dó, para darem lugar a predios bregas, ridiculos, de uma arquitetura pobrissima, cujo autor, é arquiteto de profissao, mas nao vocação. Estas pessoas nao devem ter tido aulas de historia, historia da arte, estética na Uni. Uma pena, cada vez que vejo uma casa antiga fotografo, pois nao sei se da proxima vez ela estará lá.

heinz disse...

a propósito 'fúria destruidora'...o casarão italiano da 1ª foto fica em Lª Bonita, Dr. Ricardo, e quando passou a tormenta, um monte de prédios ao redor em alvanaria estavam danificados, mas ele só tinha uma das telhas de zinco do anexo detonada!
feito em tempos que as coisas tinham um sentido maior !