quarta-feira, 15 de setembro de 2010

MICROFONE ABERTO

Procurador de Justiça, Nilo Camargo:

“Conforme o MEC não pode haver presídio perto de escolas.” “Defender as comunidades indígenas é função do Ministério Público Federal.”

João Maurício Farias – FUNAI de Porto Alegre:

“A presença histórica dos índios no Estado: os Kaikanges foram afastados de suas terras. Não é estranha a presença indígena nessa região como muitos pensam. Quem os quer fora é por preconceito. Qualquer empreendimento – escola, presídio, empresa – próximo de locais onde existem comunidades indígenas, precisa de estudos de impacto sócio-ambiental.”

Cacique Anor:

“Querem construir presídio a 150m da aldeia? Não somos contra a construção de um presídio, mas ninguém que se ver prejudicado. Quando vivíamos perto do outro presídio (em frente a rodoviária) sofríamos pressão da polícia a cada vez que um preso fugia. Eles invadiam nossos barracos. Já sofremos impacto da violência da parte da segurança e dos presos. Tenho aqui um “Diagnóstico das famílias indígenas” (mostra uma encadernação) a pedido do Estado.

Todos devem ser ouvidos: do pequeno ao grande. Não precisamos sofrer impacto com a construção do presídio. Falo de uma epidemia de doenças que aparecem nos estudos do governo e aqui nem foi citado . Nossas crianças vão se assustar com as cenas de tiroteio que acontecerão por aqui. Vocês vão perder o controle dentro da própria sociedade de vocês.”

Vice-cacique de Porto Alegre:

“Nós estamos mal, somos sempre rejeitados. Nessa parte de impacto com a comunidade indígena, o cacique está pedindo socorro. Ouçam ele. Todos vão sofrer com esse impacto. Hoje é aqui, mas somos nômades e a manhã ela chegará também em nossa aldeia. Hoje não é o momento de decidir, vamos aprofundar essa discussão. A nossa lei, as culturas tem que ser respeitadas. Construir um presídio a 150m da tribo significa criar os filhos dentro do presídio.”

2 comentários:

Luís Galileu G. Tonelli disse...

Para quem já teve toda américa do sul como quintal, ter de defender-se ainda contra os mandos e desmandos dos brancos não é fácil.

Anônimo disse...

Vira e mexe os pobres dos indios , para resolver os problemas dos brancos são cnstantemente jogados de um lugar para outro e não é porque sÃO Nômades.