@ “Outro dia li no teu blog e no jornal O Informativo a respeito da inauguração da Praça João Zart Sobrinho, conhecida erroneamente como pracinha do Papai Noel e se nada fizermos, em breve será chamada de Praça da Diamond.
A tua matéria no blog teve um olhar crítico que achei muito interessante, mostrando os dois lados e os interesses em jogo na recuperação dessa praça no bairro Americano. Porém a matéria do Informativo me indignou, pois em momento algum citou o nome correto da praça e deu destaque de primeira página a construtora Diamond e seu diretor, como se ele estivesse fazendo uma grande obra em prol da cidade de Lajeado!
É justamente nesse ponto que eu queria chegar: por acaso alguém sabe quem foi João Zart Sobrinho???
Pra quem não sabe, principalmente pra repórter que escreveu a matéria do informativo, João Zart Sobrinho, meu bisavô, foi um grande cidadão lajeadense, um visionário e um progressista, explico: nos idos anos 50 e 60, quando a empresa fumageira Souza Cruz veio pra se instalar em Lajeado, procurava uma área de terras próxima ao Rio Taquari pra facilitar o escoamento de seus produtos, porém, nenhuma família da época se interessou em vender uma área de terras as margens do rio para a empresa. Estava prestes a procurar outro município pra se instalar.
Vislumbrando o crescimento da cidade na direção oposta ao rio, João Zart procurou a direção da empresa e ofereceu a área no bairro americano onde mais tarde a empresa acabou se instalando e por muitos anos foi uma das maiores arrecadadoras de imposto pro município de Lajeado. O famoso laguinho da Souza Cruz foi doado a empresa, pois era uma área que “aparentemente” tinha pouco valor imobiliário na época. E fez mais, com o início da abertura e asfaltamento da BR 386, João Zart Sobrinho mais uma vez visionário e progressista, vislumbrou a avenida de entrada da cidade e doou ao município o que hoje é a Avenida Acvat, porém o projeto da estrada acabou sendo alterado e esta avenida acabou não sendo utilizada como a avenida principal de acesso ao município.
Além disso, a própria BR 386 foi construída em suas terras o que o levou a ter desapropriado mais de 60 terrenos no loteamento que possuía no local e até hoje, não se sabe, se teve seu prejuízo ressarcido, diz-se na família que recebeu um Fusca na época como indenização.
E pra finalizar a trajetória desse grande cidadão lajeadense, que nunca alardeou suas boas ações e nunca buscou publicidade duvidosa a respeito das suas obras, nos anos 60, doou a área que hoje é a praça que leva seu nome no bairro Americano, nome esse que parece que foi esquecido por aqueles que querem tirar proveito da situação e se promover à custa dos grandes cidadãos que essa cidade um dia já teve.!
Daniel Azambuja Zart
* As fotos do Arquivo Born apenas ilustram uma Lajeado que iniciou seu progresso nos anos 60, durante o governo Born.
13 comentários:
Belíssima informação Daniel. O texto da Laura já estava fantástico e agora com essa complementação ficou bem costurado.
Eu tenho muito, mas muito medo de jornalista... um curso que forma profissionais que "acham" que podem escrever de tudo é muito complicado.
Muitos desse profissionais nem se dão ao trabalho de fazer uma pesquisa, levantamento prévio das informações. A corrida pela matéria é tão grande e tão selvagem que acabam publicando qualquer coisa... lamentável
É isso aí Zart, boca no trombone!
Parabéns Daniel, o teu comentário serve para mostrar quem realmente ajudou a construir esta cidade, e ao mesmo tempo, tinha consideração pelo meio ambiente, sem nada receber em troca. O teu bisavô e outros mais doaram terras, para o município sem nada ganhar. Para a construção de praças. É muito fácil ganhar dinheiro e fama em cima do trabalho e desprendimento dos outros. Um abraço Laura, elacy
Pois é, caro Daniel: é assim que funciona o mundo da política e dos negócios. O homem, cada vez mais, é o único animal predador de si mesmo.
Demagogia da prefeitura. da para imaginar as tetras com a construtoras.
Pelo que essa construtora já derrubou de árvores e poluiu a cidade com uma quantidade absurda de prédios, falar em responsabilidade social, é piada digna de troféu em Nova Bréscia.
Já repararam que nenhum prédio da Diamond tem árvores na frente.
Parabéns, Daniel! Também não concordo em chamar a "nossa" praça de Praça do Papai Noel.. Lembro-me muito do teu avô, que tinha um zelo enorme pela praça também.
Bom, ao menos uma empresa pretende manter este espaço público para posteridade. E ainda por cima, vai valorizar o entorno com seu espaço. Sorte de quem comprar um apto de frente pra praça. Nunca vai ter um prédio na sua frente, somente à praça. Muito louvável a iniciativa da empresa.
Concordo Daniel,este é o papel do cidadão.Mas o problema, não são somente as construtoras.
A prefeitura da nossa cidade só faz o que lhe beneficia "VOTOS".
Nossa cidade tem outros locais para revitalizar e cuidar.
Vamos esperar outras iniciativas, sem esquecer as pessoas que fazem parte da hitória desta cidade.
Se uma empresa não faz, reclamam. Se uma empresa faz algo, criticam. Que gente insatisfeita.
Acho mais digno a prefeitura cuidar do que o nosso. nunca, jamais uma empresa demolidora.
Bom, esperamos que não seja a única das 46 praças de Lajeado a ter alguma atenção, muitas pedem socorro a anos.
Pelo aqui em Lajeado, a nossa prefa deveria adotar a cidade inteira e promover uma geral. A começar pelas calçadas. Como diz alguém: UM LIXO!, mal se consegue caminhar nelas. Cadê o poder público pra exigir calçadas decentes e sem qualquer plantação nelas, apenas calçadas. Falta coragem?
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