É tudo muito recente. Muito. E lá se vão 30 anos.
Em 1982, feito uma panela de pressão mal fechada, implodiu a Guerra das Malvinas ou Guerra das Falklands.
Bem aqui nas vizinhanças do Oceano Atlântico.
Belicosidades entre os ingleses de Margareth Tatcher contra os argentinos comandados por uma ditadura militar.
Foi breve, mas dolorosa e durou de 2 de abril a 14 de junho, com um triste saldo mortal: 750 soldados argentinos, 255 britânicos e 3 ilhéus.
Os argentinos é quem começaram o buchincho e vídeos no youtube mostram uma onda espantosa de gente apoiando os generais. E assim, coisa de 480 quilômetros, a Argentina invadiu Stanley, a capital das ilhas.
Dizem que a primeira-ministra Margareth Tatcher subiu nas tamancas.
Muito petróleo em jogo.
Cruzou 13 mil quilômetros de mares e com o triplo de marinheiros e soldados, coisa de 28 mil, se botou para cima dos hermaños. Em dois meses, um fiasco.
Caíram os ditadores e a dama de ferro se consagrou na terra dos Beatles e Rolling Stones. A Argentina entrou em depressão psíquica e econômica.
Lembro porque morava em Porto Alegre e estava grávida. Acompanhei tudo pelos jornais torcendo pelos vizinhos, pelo Boca Junior, pelo tango de Astor Piazzola que nem argentino era. Mas, quando minha filha nasceu, mar e terra ainda sangravam.
Dois filmes contam um pouco sobre a história tão recente: Iluminados por el Fuego, (2005) pela ótica argentina e A Dama de Ferro, com Meryl Streep interpretando a Tatcher, lançamento previsto para esse mês no Brasil. Filas dobrando o quarteirão, na Inglaterra. Também estou curiosa para ver.
JORGE AMADO
Atenção bibliotecas e escolas: 2012 é o Ano Jorge Amado.
Cem anos, se vivo fosse, nosso maior contador de histórias completaria.
Um bom tema para exposições, leituras e dramatizações. Quem não conheceu Jorge Amado pelos livros, sempre terá oportunidade de estreitar relações por intermédio do cinema. Intelectuais e doutores universitários criticaram muito a literatura do baiano.
Quem dá bola a crítico aos treze anos?
Nessa idade já tinha lido Jubiabá e Capitães da Areia. Ainda bem! Tenho saudades daquela Bahia que nunca conheci: das morenas fruídas, do gingado dos moleques baianos, dos dendês e candomblé que sequer ousei espiar.
Nunca é demais lembrar: a obra de Amado já foi traduzida para 48 idiomas e em 54 países, conforme a Fundação Casa de Jorge Amado.
No exterior, a humanidade venera o escritor e seus personagens alegres e reais.
No Brasil, com o seu centenário, novas ondas positivas devem rolar por aí.
A verdade é que tem muita gente de saco cheio de urbanidades e personagens angustiados com seus próprios umbigos. Inclusive críticos cobertos de pó de asfalto.
NELSON RODRIGUES
É de sua autoria a expressão “complexo de vira-lata”, referindo-se ao sentimento de inferioridade que o brasileiro sente em relação ao resto da humanidade.
Ele dizia que os brasileiros assumiam uma personalidade narcisa às avessas, com auto-estima abalada por falta de identidade histórica.
Penso que os tempos mudaram e os brasileiros estão se amando. Taí a internet para deletar essa reflexão.
Então, outra data para comemorar em 2012: o centenário do pai da “Bonitinha, mas Ordinária”.
Outra boa oportunidade para os grupos de teatro da região.
Quem sabe um festival de esquetes rodriguianos?
Tô dentro!
* Minha crônica no jornal Opinião, de Encantado.
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