quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A CARTILHA DE ZILDA

Um seminarista haitiano, Honoré Eugur, chegou em Porto Alegre para estudar na Escola Superior de Teologia e Espiritualidade Franciscana e trouxe com ele a maquina fotográfica e os pertences de Zilda Arns, uma das vítimas do terremoto no Haiti.

Pelo jeito, a médica tinha o hábito de carregar na sua bolsa um pequeno caderno de capa dura para anotações e insights. E nesse registrou suas últimas concepções solidárias antes do terremoto que arrasou o país no dia 12 de janeiro. São 11 anotações que podem resumir toda uma forma de perceber a vida.


Confira em http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Geral&newsID=a2813253.xml
Quando li as idéias de Zilda Arns na Zero de hoje, arrepiei.
Nada mais íntimo do que nossas anotações num caderninho...
Sei, porque tenho e faço.
São questionamentos e desabafos que não resultam em nada.
Mas no caso da médica, aquelas anotações se assemelha a uma espinha dorsal para suas atividades no miserável e carente país onde desembarcava para mais uma missão de paz e educação.

Entre esses apontamentos ou entre essas aflições solidárias, fixei minha atenção nessa frase :
“Reencontrar o élan profético”

O que Zilda Arns quis dizer exatamente?
Reencontrar? É porque algo se perdeu.
Profetizar? Ver o que os outros não estão vendo?
Ver uma luz e compartilhar dela. Por mais efêmera que seja, por mais tênue?

Depois de pesquisar e fazer associações amadoras penso que Zilda Arns acreditava que seria imprescindível redescobrir uma alegria que iluminasse o futuro dos haitianos. Talvez a missionária acreditasse que seria preciso recuperar – ou incutir fortemente - o sentimento de esperança naquele povo tão excluído dos seus direitos, não só os básicos, mas os políticos no contexto mundial.

E talvez a Luz seja Deus e seus mistérios.

Sobre as outras anotações?
Deveria inspirar uma cartilha para cada prefeito do Brasil.

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