Entre 1964 e 1981, o padre Alípio de Freitas foi encarcerado, torturado e transferido 16 vezes de prisão em prisão pelo Brasil.
Perdeu a nacionalidade portuguesa, a brasileira e o direito de lecionar.
Quase enlouqueceu. Preso político, organizou grupos na resistência com seus companheiros e com os presos comuns que conviviam com eles nas celas.
Foi essa mistura que lhe custou a fama de ser o “pai” de duas organizações criminosas que hoje aterrorizam o Brasil, o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital.
Hoje, aos 80 anos, ele ajuda imigrantes brasileiros em dificuldades em Portugal.”
"Alípio participou com Francisco Julião dos primórdios das Ligas Camponesas e foi seu último secretário-geral, em 1964.
Foi ativista nas campanhas de Miguel Arraes no Recife, amigo de fé de Paulo Freire no movimento pela alfabetização, assíduo no lendário Centro Popular de Cultura, o CPC.
Soube que não vestiria mais a batina quando, às vésperas do golpe, o clero apoiou a Marcha da Família com Deus e pela Liberdade, nas ruas de São Paulo.
Professor de história expulso da Universidade de Brasília, jornalista privado da carteira pelo sindicato, padre Alípio exilou-se no México. Mas sempre voltava ao Brasil, clandestino. Foi Mário, Guilherme, Carlos e tantos outros que, ao surgir um “subversivo” novo na parada, era ele que os militares apertavam, por precaução, na cadeia."
"Casou-se três vezes, teve uma filha, viu vários companheiros morrer, salvou outros da ordem de lamber paredes, do suicídio, do medo, da loucura.
Foi condenado em dois tribunais a 150 anos de prisão; cumpriu dez.
Ao ser solto, era apátrida.
Começou ali a luta para conseguir de volta a cidadania brasileira, retirada por uma auditoria da Marinha.
Sem emprego, foi camelô no Largo de São Francisco, no Rio de Janeiro, até que, passando por ali, o jornalista Hélio Fernandes o reconheceu vendendo camisas e deu-lhe emprego na Tribuna da Imprensa.
Por fim, cansado, foi embora para Portugal."
Revista Época de 20/03/2009
* Alípio de Freitas veio para o Fórum Social em Porto Alegre. Depois, pela rodovia Leonel de Moura Brizola, chegou a Lajeado ontem, no domingo, para um churrasco, onde ficou até às 19h da noite com amigos.
* Nada mais jornalístico do que sentar ao seu lado e ouvir a história de quem a viveu realmente...
Mas perdi essa. Avisaram muito tarde...
3 comentários:
Oi, Laurinha, lindona... há algum tempo te acompanho, de longe por aqui...agora tb entrei para este mundo e quis logo te seguir, pois adoro tuas colocações e reclamações bem "laureanas"... sempre fostes assim, crítica e te admiro por isso... adorei também a ideia do varal... se eu achar uma foto que eu mesma tirei em um incêndio, te envio, pois o varal chamuscado, foi a única coisa que sobrou... saudades, maluquete... ainda tenho o casaquinho marrom com gola de pele que me destes...uso bastante... e feliz... beijos enormes,
tua seguidora....
nossa imprensa é uma piada. vejam que nada é comentado sobre os CHILE onde os vermelhos levaram umas CHINELADAS. Sempre arrumando desculpas no passado, mas gastando tudo que podem no presente.
Lady Laura lugar belíssimo e fotografia tomada da margem onde estávamos quando o Gui partiu. Lindo e ao mesmo tempo muito triste.
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