sábado, 13 de março de 2010

OPINIÃO

Candida Catto, Diretora da APAE

“Para mim, hoje, está bem claro que a inclusão que se prega não é escolar - quando pensamos escola como aprendizagem- avanços cognitivos.
Esta inclusão que está aí, para mim é social. Bem como tu colocastes. Estar ali gera a interação com os outros, especialmente quando ainda crianças. Porque em turmas com mais de 15 alunos dificilmente um deficiente terá o atendimento (individual) necessário. Não porque o professor não tenha vontade, mas porque realmente não há condições, e quando digo condições são muitas: preparo, adaptações, acessibilidade, um auxiliar, menos alunos, etc...
Os professores das escolas regulares nos procuram com frequencia com grande inquietação.
A inclusão "escolar responsável e séria" está longe de acontecer.

Os alunos não passam de ano, são promovidos para acompanhar a turma. Alguns na 4ª, 5ª e não são alfabéticos.

Alunos da APAE que estudaram Tarsila do Amaral, em visita ao cactário de Imigrante, em atividade relacionada a obra da artista.

Na APAE acompanhamos muitos que estão incluídos e sabemos o que acontece na realidade. Em algumas escolas exigem até que algum familiar permaneça na escola para auxiliar nas mais diversas situações como por exemplo, além das atividades pedagógicas, comer, andar, usar banheiro, trocar fraldas... Enfim... é difícil.
Somos especialistas em criar leis, mas as leis não abraçam crianças... Pelo menos é o que vivencio no dia a dia.”

Um comentário:

Luís Galileu G. Tonelli disse...

Nada melhor e mais calcado na realidade do que o depoimento desta diretora.

A única vez em que vi um aluno com necessidades especiais ser aprovado pelo que produziu e não por pena foi na época em que trabalhei no IEEEM em Estrela.