terça-feira, 16 de março de 2010

SANTO DAIME

Com a morte do cartunista Glauco e de seu filho Raoni,
pensei que a imprensa oficial do país trouxesse mais informações sobre o Santo Daime, religião brasileira que usa aquela beberagem ritualística de Ayahuasca, um chá que mistura duas plantas alucinógenas da região amazônica,

o cipó Banisteriopsis caapi e folhas de outros arbustos.
Depois de ingerido, o efeito se faz em 20 minutos e a primeira reação é uma espécie de sonolência, com muitos bocejos. A partir desse ponto, a sensibilidade aos sons e à luz fica mais forte, assim como o torpor que oscila em momentos mais fortes e tranquilos, de acordo com o hino.

Em 1989, Leo Christo, psicólogo mineiro, irmão do Frei Betto, apresentou o Daime para Glauco, que anos depois fundaria seu próprio templo, o Céu de Maria.
Sabe-se que o Daime é chá antigo e já muito utilizado pelos Incas no Peru em seus rituais.

No Brasil surgiu a partir de 1930, quando um seringueiro chamado Raimundo Irineu (conhecido como Mestre Irineu) fundou a doutrina do Santo Daime na própria Amazônia, hoje coração da religião.


Mestre Irineu
Santo Daime no Centro de Iluminação Cristã Luz Universal
de Minas Gerais (Flor do Céu)
No site do portal Terra, descobri uma entrevista com um homem que frequentou reuniões da seita. Os líderes fizeram perguntas a João – nome fictício:

"Eles questionaram porque eu queria tomar daime, se tinha histórico de uso de drogas, e se possuía conhecimentos sobre espiritualidade.
Me pediram que ficasse três dias sem ingerir bebidas alcoólicas e até sem comer carne vermelha antes da cerimônia", disse.
O estudante também ouviu histórias sobre a origem do daime, sua relação com a cultura amazônica, a ligação com a floresta, simbologia, como são realizados os trabalhos e outros detalhes.
João também constatou que os freqüentadores mais assíduos, ou fardados, vivem nos arredores da igreja, em uma espécie de comunidade.



As pessoas vêm das mais diferentes formações. Há desde agricultores até policiais e advogados. Mas há também os que chegam à igreja como curiosos, interessados em experimentar a bebida. Estes sofrem com a reação clássica do chá, o vômito.

Durante a cerimônia há duas etapas:
Concentração - quando se fica em silêncio por cerca de uma hora após tomar o chá, intercalando com alguns hinos (músicas da doutrina).




Bailado - quando se faz uma espécie de coreografia dando dois passos para cada lado, em cerimônias que podem durar de sete a doze horas.

O chá leva o usuário a momentos de auto-análise para depois encontrar o ápice do efeito, quando fica difícil de manter a concentração.
"Nesse ponto ocorrem mirações, efeitos alucinógenos do chá. Antes ou depois delas me senti mal e vomitei, um efeito conhecido como peia, que é comum entre os daimistas", relata João.

João frequentou os cultos por seis meses e conta que a experiência com a Ayahuasca foi positiva e o ajudou a livrar-se das drogas, inclusive do álcool.





Mas que não há como generalizar: "Cada um que toma, tem uma experiência diferente", afirma.

No período em que freqüentou as igrejas, João afirma que notou alterações significativas em pessoas que passaram a ser mais assíduas nos rituais.
"Algumas realmente abdicam da vida social e se isolam em comunidades no meio da mata", diz ele.

"Vi em muitos casos pessoas achando eram mais puras e elevadas, diziam ter contatos com entidades elevadas, o que de certa forma causava risos entre os praticantes mais velhos", afirmou João.

* Se eu soubesse que o Daime era bom pra insônia, unha encravada e candidíase bem que tomava.

Fonte: www.ceudemaria.org


6 comentários:

heinz disse...

tanta igreja maluca na cidade...mas com chazinho? só de camomila!

Telma Scherer disse...

morei com um pessoal que freqüentava a religião e minha reikiana é fardada. são pessoas excelentes. nunca fui aos trabalhos, mas as músicas meio que se tornaram hino do pessoal com o qual eu convivi durante um tempo. sempre curti a boa energia deles, o sorriso, a delicadeza, a gentileza, uma onda de coração puro, mesmo. falar em amar e fazer o bem, independente de religião, acho que tá valendo.

Anônimo disse...

Fé e chapação...?
Então tá né ?!!

Anônimo disse...

saiu na frente, Laura. Só hoje o jornal do almoço mostrou reportagem. eu experimentei quando morei no interior do Rio. e foi muito interessante. so um tempo depois que deu teto.

Lauro Dieckmann disse...

aquilo que a chaleira da foto despeja pode ser tudo, menos o chá do santo daime... o chá do santo daime tem a consistência e aspecto de uma batida de abacate...

TANIA disse...

Puxa, Laura, saiu na frente da Veja! rssss