A CASA DO POVO

Ontem, chovendo, sem saber o que fazer, entediada, fui até a Câmara de Vereadores de Lajeado.... Quase vazia.

O verea Tóri, (SP), bem faceiro. Sua cadeira  nem chegou a esfriar. De cochicho, mão no microfone para não vazar nada, tricotando com o colega Círio Schneider (PP). 

Ele e o Delmar Portz (PSDB) com cara de quem ri por último. Será que os assessores também voltaram das profundezas da exoneração? (Clique sobre as fotos para ampliar!)

Por falar no Portz, ele quer saber por que o plano-diretor de Lajeado será realizado por uma empresa de Curitiba. Eu também gostaria de saber. (E se pensar alto não ofende, quanto será que tão levando? Pense o que vocês quiserem.) Acho que se dá esterco, aí a paternidade da reorganização imobiliária é responsabilidade dos técnicos  “de fora”.  Assim todos tiram o seu da reta. Até parece que estão chamando de incompetente as entidades engenheiras e arquitetônicas de Lajeado. Bom, por eles tudo seria destruído mesmo. Não sobraria casa sobre casa. Só edifícios. Muita grana, não é?

Biluca (PMDB) e Knipoff (PT) lembraram de Marcel Stürmer, tri campeão brasileiro nos patins e sua superação. O petista disse que a casa deveria prestar uma homenagem em sessão solene: “Lajeado deve demorar muitos anos para conquistar um feito semelhante.” Que bom que lembraram do Marcel e sua obstinação e luta. Lembrei que nem ginásio para ensaiar Marcel conseguia por aqui.Precisou brigar muito para ter seu talento reconhecido em casa.

Assim como Portz,  Sergio Knipoff  vê com desconfianças o estudo do plano diretor, um processo sem licitação, com mudanças que devem ficar para o próximo governo. Eu também, eu também!

Knipoff disse que mais de 70% dos pesquisados pela Radio Independente continuam contra as mudanças no trânsito alteradas também por empresa “de fora”. 

Na platéia rosada, no corredor, o secretário de obras Mozart Lopes, só no bico, ouvindo as críticas sobre uns tais GPS. Knipoff disse que até hoje espera relatório, informações, biriri, bororó, e  nada. Mais de mês que enviou. E, como sempre, olho para Mozart e lembro a questão mal resolvida dos pneus roubados em 2004 do galpão da sua secretaria. Credo, aquilo não deu em nada?

Se não fosse o presidente do Sindicato dos Comerciários de Lajeado, Ricardo Ewald, eu ‘tava frita: misturei GPS com GLS... Ahã, pensei no que o secretario estaria envolvido agora. Aí o suplente do PT explicou que todos veículos da prefa deveriam usar os navegadores por satélite para monitorar a rota  das patrolas, ambulância, carros, que saiam do caminho para ajudar “outros”. E nós, contribuintes trouxas, pagando?  Ewald disse que CRPO, Brigada Militar, já estão usando o treco: diminuiu em 50%  o gasto com combustível e óleo.

Antes de ir embora, ainda ouvi o verea Antonio  Schefer (PTB) botar bronca na questão da Saúde em Lajeado: o  pessoal sem plano sempre se ferrando. É verdade. “O dinheiro do contribuinte vai para o futebol, para tudo que é lado, mas sempre falta para a Saúde.” De meio-dia ouvi o Lasier falou a mesma coisa no Jornal do Almoço. Deve ter inspirado Schefer. Depois apontou a questão das creches municipais: “Vão olhar ... Só tem pai com carrão buscando filho. As creches são para o pessoal menos favorecido.” 

Quando encontrei ele no corredor, falou de novo sobre o assunto e ainda assegurou que vai concorrer  à prefeitura de Lajeado. Como vice de alguém. É... o Schefer não tem só a cara do povo. Tem genuína solidariedade pelo povo. É o que o diferencia dos outros. Boto muita fé nele. Pequenos riachos formam grandes rios. Só espero que esse mesmo povo não o corrompa.