terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O MUNDO ENVEVENADO DE MARLBORO


“Por trás do maço de cigarros vendido ao consumidor final, escondem-se histórias de agricultores explorados, endividados e contaminados por agrotóxicos no Sul do Brasil.

 

 Pernas quase paralisadas, Valdemar Santos bem que gostaria de usar aquele tipo de muleta que fica sob as axilas. Porém, os caroços que pipocam nessa região – e se espalham por todo o corpo – o obrigam a apelar para um modelo de bengala que sobrecarrega o antebraço.
Depois de 12 longos anos inalando agrotóxicos na lavoura de fumo que cultivava em uma pequena propriedade no município de Imbituva (PR), Valdemar desenvolveu uma grave polineuropatia.

Durante o tempo em que fornecia fumo para a multinacional norte-americana Universal Leaf Tabacos (com um faturamento anual de US$ 2,5 bilhões), Valdemar, 47 anos, chegou a misturar com as mãos os agrotóxicos recomendados e vendidos pela própria empresa.
 Ele sustenta que os técnicos da Universal jamais o orientaram devidamente sobre os reais riscos à sua saúde. Por essa razão, entrou com uma ação na Justiça contra a companhia. O processo se arrasta há quase uma década. Se ele vencer, a conta pode chegar a sete dígitos.
“... verdade é que os problemas de saúde que rondam os fumicultores não se restringem aos danos provocados no longo prazo pelos agrotóxicos. O simples contato da planta com a pele de uma pessoa pode causar a doença da folha verde.”
“A planta solta um ‘mélo’ na mão que é até complicado de lavar. Tem vezes que dá vômito, tontura, dor de cabeça.

* E você ainda fuma essa merda?

* Falando em fumo, a Associação de Entidades Empresariais de Santa Cruz do Sul foi autorizada a captar 1,1 milhão de reais para bancar uma mostra cultural de grupos de danças típicas alemãs,  para promover a sua  28ª Oktoberfest. Sim, Lei Rouanet.

6 comentários:

Anônimo disse...

Laura,

o filme "Os homens que não amávam as mulheres" é muito bom, porém parece que foi feito de uma maneira tão agressiva e emotiva, linkando a todo momento o uso do cigarro. Em uma cena, logo no início, o ator principal sai desolado porque perdeu um processo por difamação, então entra num Pub e pede um carteira de Marlboro e enfatizando que tem que ser o "red" (vermelho). A mulher põe o maço novinho em folha em cima do balcão e fica muito claro a propaganda descarada. Logo em seguida, segue todo aquele ritual de acender o cigarro, dar aquela tragada e relaxar. (Como ex-fumante firei a cara para o impacto ser menor). E durante o filme inteiro o cigarro parece ser o objeto principal.

3 dias depois cheguei a sonhar com o filme e que tinha voltado a fumar (me senti muito mal). O filme é muito forte nesse sentido, a propaganda é abusiva e descarada. Alguém do Ministério da Saúde deveria tomar providências e aplicar uma multa pesada nos responsáveis.

O filme também faz outras propagandas menos intensas (a principal realmente é o cigarro) das seguintes marcas: Mac, Epson, Nokia, Mercedes, Volvo, e outros. Foi uma refilmagem E FEITA PARA VENDER PRODUTOS.

Há também valores e aspectos culturais que são repassados, mas aí é outro papo.

Voltando ao tabagismo, numa época que eu estava querendo parar de fumar enviei um fax para a PHILIPS MORRIS em Santa Cruz solicitando ajuda e orientação (coloquei todos os meus dados de contato, inclusive e-mail), até porque a minha marca preferida era a já citada no filme, fabricada por esta empresa.

Eles nunca deram nenhum retorno. Desconheceram totalmente a minha solicitação.

Uma vez, no site da ZEROHORA.COM aquela senhorinha mais velha que fala de empresas e economia citou que a SOUZA CRUZ estava com vagas em aberto num processo seletivo, e deixei comentário que por princípios jamais trabalharia para uma empresa que fabrica e vende cigarros, independentemente da remuneração.

E me perdoem os fãs de fórmula 1, tivemos um tri campeão mundial (falecido durante o seu ofício) que ajudou muito a divulgar o consumo de cigarro mundo afora. Parece que o universo cobrou juros e correção monetária.

JORGE LOEFFLER .'. disse...

Essa merda mesmo. Disseste tudo Laura. E essa merda ainda gera uma confusão danada, pois é tida como fumo quando é na verdade tabaco. Isso poucos sabem, pois a "inguinorância" como assim diz o nosso prefeitinho "enútil" campeia. Ninguém mais lê e assim nada mais sabem. Aqui em casa há uma fumante. Faz alguns meses andou fazendo algum serviço de funilaria na face e deixou essa merda. Fez-me feliz, pois ganhou alguns quilinhos necessários. Ficou com cor e não mais cinzenta. A balança infelizmente a levou ao maldito tabaco novamente. Assim sendo digo mais uma vez que tabaco é uma MERDA sim.

Anônimo disse...

Quando insistimos em dizer que Santa Cruz do Sul é um foco fedorento de apologia ao tabaco e que seus governantes não só idolatram, como "endeusam" o cigarro e seus derivados afluentes, dizem que somos contra o progresso regional?!! Santa Cruz, Venancio Aires, as fumageiras assassinas e seus diretores safados, mentirosos e dissimulados promovem Oktobers e festividades onde o cigarro é o patrocinador master, em contrapartida enganam a população ignorante enfiando goela a baixo deste laicado, que a produção de fumo faz bem para a economia regional. Os jornais em vez de achincalharem com este monopólio, se prostituem com matérias mentirosas e totalmente parciais de incentivo a cultura fumageira, vendendo anúncios medíocres por meia dúzia de trocados. Abaixo Santa Cruz e sua economia podre, abaixo as fumageiras assassinas, abaixos seus diretores vendidos, ABAIXO A IMPRENSA CONIVENTE E PROSTITUTA dos Vales do Taquari e Rio Pardo que apoia esta imundície e se vende como puta rampeira a este sistema pernicioso!

Anônimo disse...

Fenomenal o primeiro comentário, e, realmente, o filme Millenium faz uma propaganda enorme.

Álvaro Santi disse...

Sempre oportuno essa assunto. Não faz muito viajei pelas imediações de Lajeado e vi lavouras de fumo em muitos lugares, onde aparentemente não se planta nada mais. Os políticos que ainda sustentam esse discurso de "geração de emprego e renda" para um tipo de atividade definitivamente condenada estão condenados eles mesmos. Não esquecer que a Yeda deu incentivo fiscal pra uma fábrica de "embalagens" de cigarro ali em Cachoeirinha.

Anônimo disse...

ofereça outra cultura a esses agricultores. algo que dê mais lucro que o fumo.