Folheando uma “Revista de História da Biblioteca Nacional", o professor lajeadense Márcio Marquetto Caye se surpreendeu com essa fotografia onde reconheceu um dos presos políticos. Era o primo de sua esposa, Avelino Bioen Capitani, natural de Alto Tamanduá, hoje Progresso, no Rio Grande do Sul. (o 2º à direita)
Capitani foi um ex-marinheiro que lutou contra a ditadura militar. Seus estudos na Marinha iniciaram em Porto Alegre e quando se formou em 1960 já demonstrava tendência a tomar posições políticas, como quando defendeu a candidatura de Henrique Teixeira Lott e de Leonel de Moura Brizola.
Em 25 de março de 1962, Capitani e mais 17 marinheiros fundam a Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil (AMFNB).
Em 31 de março de 1964, o Brasil sofre um Golpe de Estado. Muitos marinheiros são perseguidos, presos ou expulsos da Marinha. A Associação foi duramente retalhada. Para Capitani há uma ordem de prisão.
Escondido nos morros do Rio de Janeiro junto com outros marinheiros tomam uma decisão: resistir através da luta armada. Mas, Capitani é preso no Cenimar [Centro de Informações da Marinha] onde é duramente torturado.
Hoje, Avelino Bioen Capitani está com 70 anos e reside em Porto Alegre. Escreveu “A Rebelião dos Marinheiros” narrando sua trajetória durante a ditadura.
Leia o artigo na íntegra:
3 comentários:
Capitani lançou em 2009 o Livro Outras Realidades - No limiar da Nova Terra (www.anandaeditora.com.br), onde relata suas experiências mediunicas e busca colaborar no processo de transformação do planeta nos dias atuais. Muito interessante o trabalho hoje desenvolvido por Capitani.
Capitani, Avelino Bioen – Marinheiro reformado e escritor. Nasceu em 18-8-1940, no Alto Tamanduá, então Lajeado, f. João Capitani e Oliva Bioen Capitani. ∞ 1981 com Teresa de Jesus Reckziegel de Lucena, tendo a filha Juliana, nascida em 1993. Pequeno agricultor, em 1954 foi trabalhar numa criação e engorda de porcos no Bairro Conservas de Lajeado. Dois anos depois, mudou-se para Porto Alegre, aonde trabalhou numa fábrica de móveis. Em 1959 fez concurso para Escola de Aprendiz de Marinheiro, em Florianópolis, seguindo no ano seguinte para a Marinha no Rio de Janeiro. Em 1962, filiou-se à Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil (AMFNB), recém fundada. Estourando a Revolução de 1964, como um dos diretores da Associação, participou da chamada Rebelião dos Marinheiros. Foi preso e no final daquele ano fugiu da prisão do Alto da Boa Vista, RJ, e se exilou no Uruguai. Ao final de 1965 viajou clandestinamente para Cuba, onde estudou Artes Militares ou treinamento de guerrilha. Voltou para o Brasil clandestinamente, para participar da Guerrilha do Caparão. Preso em 1967 na Penitenciária Lemos de Brito no RJ, novamente fugiu em 1969 e tomou parte da Guerrilha Urbana no RJ. Em1970, exilou-se territorialmente no Chile e voltou a Cuba. Em 1974, regressou clandestinamente para o Brasil, para passar por diversos países, participando da reorganização da esquerda. Posteriormente, integrou-se como militante do MR8. Em 1980 fui anistiado. Continuou militando no PCB, em entidades de classe, sindicatos e associações. Em 1982, filiou-se no PT. No governo municipal de Porto Alegre, gestão de Olívio Dutra, foi Diretor do Departamento de Fiscalização da SMIC - Secretaria Municipal de Industria e Comércio. Em 1985 fez um Curso de Ciências Políticas na Alemanha Oriental. Em 1989 fez vestibular para Geografia na Ufrgs onde estudou por dois anos, mas, desistiu para cursar a UNIPAZ- SUL (Universidade Holística Internacional). Aposentou-se por problemas de saúde. Em 2003 foi anistiado com todos os direitos. Atualmente, participa de uma Ong de Educação Cooperativa e Projetos Sociais (Coletivo Planta Sonhos). Em 28-11-1997 publicou a obra A Rebelião dos Marinheiros – memórias da Revolução de 1964, com 192 páginas, pela Editora Artes e Ofícios, reeditada pela Editora Expressão Popular, em 2005. Em 2001, publicou Por que Chora Carol, pela Editora Hercules. Em 5-11-2007, na 53ª Feira do Livro, em Porto Alegre, lança o livro Depois do Amanhecer, pela Editora AGE, com 112 p. Com um capítulo, participou nos livros Nossa paixão era inventar um novo tempo, pela Editora Rosa dos Ventos, em 1999, e Sessenta e Quatro para Não esquecer, pela Editora Literalis, em 2004. Reside em Porto Alegre.
Avelino Capitani, o Anjo 45,velho companheiro. Digno e batalhador, um dos grandes nomes de nossa história, não só na luta contra a Ditadora como nas lutas sociais, um exemplo, que sempre quando ia a minha casa, em Canoas, nos anos 80 citava-o aos meus três filhos, meninios ainda, como um verdadeiro revolucionário, lembrado por minha filha quando, para minha surpresa em frente a banca examinadora quando formou-se em história, na Universidade La Salle, cujo TCC foi a História do PCB em Canoas, citou Capitani como um dos grandes homens que militavam no Partidão, emocionada a todos emocionou.
Pedro A. C. Teixeira (Blog.Eu sabia,e tu sabias?).
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